Os seus estudos primários foram iniciados na Escola do Funje no Bairro Operário, em 1991, depois, em 1992, foi transferido para a escola da Liga Africana até à quarta classe, e em 1996 foi transferido para a escola Nzinga Mbande onde estudou até à sétima classe.
Em 1999 fez a oitava classe na escola Povo em Luta, e a nona foi feita em 2000 em Saurimo, terra natal da mãe, como consequência da ruptura da união de facto dos pais.
Hélder Chihuto enfrentava nessa altura uma “calamitosa crise económica e social” da família, que forçou a mãe a vender “bolinho” na rua para sobreviver e o adolescente a zungar cigarros Yes na cidade de Saurimo, durante quase 2 anos.
Hélder Chihuto regressa a Luanda graças à intervenção do seu tio Tomé, em 2002. Hélder Chihuto tudo fez para dar sequência aos estudos mas sem sucesso pois era a época dos 500 dólares para ingressar no ensino médio. Dada a elevada precariedade da sua situação económica, o jovem não conseguiu ingressar no ensino médio.
Hélder Chihuto, recorda, lacrimejava de profunda tristeza pois ninguém se compadecia de si.
Mas, devido à sua “teimosia e insistência” em querer estudar, decidiu, em 2003, ir até à escola do ensino médio ter com qualquer pessoa afecta à instituição a fim de solicitar uma ajuda para o seu ingresso.
Lá chegado, deparou com a tia Beth e colocou-lhe, com “imensa humildade”, o seu pedido de ajuda: “Minha tia, por amor de Deus, preciso de estudar, ajuda-me, pois se me olhares como teu filho nascido de ti, certamente que não terás dificuldade em ajudar-me, peço por amor de Deus, que me ajudes.”
A tia Beth, com um olhar tocado e com profunda compaixão, recebeu os documentos e em duas semanas já tinha resolvido o problema e Hélder Chihuto abraçou um novo desafio.
Nesta altura Hélder Chihuto vivia só com o pai desempregado e sem fonte de subsistência e passa a frequentar o grupo São José (ex-Carmelo) no Bairro Azul.
A esse grupo de jovens católicos solidários Hélder Chihuto ainda hoje agradece o apoio alimentar, bem como ao seu pai de criação Fernando Moura Tavares (português) com quem a sua mãe mais tarde veio a unir-se.
A maior parte das vezes Hélder Chihuto não tinha o que comer e muito menos um só kwanza para apanhar transporte para ir à escola.
Mergulhado no espírito de coragem e determinação, passava o tempo a pedir "boleia" nos autocarros da TCUL e da Macon para chegar à escola.
“No início foi muito difícil, tinha de acordar todos os dias às 4h00 da manhã para conseguir apanhar o primeiro autocarro que saía do Cazenga até Benfica para me deixar no Futungo de Belas, na Escola 28 de Agosto.” Hélder Chihuto vivia na Samba e era humilhado por alguns cobradores do autocarro a ponto de pararem a viatura para que ele descesse, choroso, por não pagamento do bilhete.
Manuel Gouveia Zua (Portela), seu irmão de igreja, em muitas ocasiões suportava o seu transporte escolar e dividia o seu prato de comida com Hélder Chihuto.
Hélder Chihuto estudava com muito destaque académico e com distinção e em 2006 consegue o seu primeiro emprego como operador de caixa no hipermercado Canguru no Zamba 2.
Terminou o médio com muito êxito e em 2007 ingressou nas Forças Armadas tendo cumprido o serviço militar obrigatório e miliciano e, decorridos 12 anos, a seu pedido, requereu passagem à reserva, depois de ser oficial na categoria de subtenente.
“Eu era proposto sempre para patenteamento mas por malícia do pessoal dos RH não era promovido, mas como sabia que o limite do tempo de permanência já estava no fim, preferi sofrer em silêncio aproveitando formar-me para garantir a licenciatura.”
Como estudante universitário, era muito destacado e empenhado, tendo sido por duas ocasiões e por duas universidades privadas, vencedor de concursos de Eloquência (debates académicos).
No seu último ano na Universidade, como resultado do seu empenho, a título excepcional fez em simultâneo a sua primeira pós-graduação em práticas jurídico-forenses, depois fez a segunda pós-graduação em agregação pedagógica e actualmente é docente universitário e exerce advocacia.
Hélder Chihuto é “irrefutavelmente Servo de Deus genuinamente falando, Profeta ministerialmente falando”, activista social, analista político, conhecido como “O embaixador do povo” no programa Angola Urgente da TVPalanca, dedica-se à solidariedade social e em 2019 foi o vencedor do concurso “Angola 35 graus” na categoria de política e sociedade. O grande sonho de Hélder Chihuto é acabar com os meninos de rua, a prostituição, o alcoolismo e a criminalidade.
Hélder Chihuto é finalista do curso de mestrado em Governação e Gestão Pública pela Universidade Agostinho Neto.
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